A nova sede em detalhes
Publicado no dia 14 de dezembro de 2015A obra de Cajamar foi entregue no final de maio do ano passado, quando foram concluídos os últimos retoques do prédio administrativo.
A engenhosidade do projeto e sua boa execução transformaram a edificação em uma referência quando o assunto é unir funcionalidade, estética e sustentabilidade em uma planta industrial.
“Recebemos visitas de outras empresas e construtoras interessadas em conhecer nossa nova unidade”, conta Nei Contieri, responsável pela Engenharia e coautor do projeto, ao lado Paulo Gonçalves. “Não buscamos referências ou copiamos outros projetos. Nossa ideia foi sempre identificar as melhores soluções existentes de mercado. Qual a melhor tecnologia de cobertura? De pré-montagem? De piso? O desafio foi integrar tudo isso em um único projeto. É esse resultado final que os visitantes vêm conhecer”, afirma Nei.
Conheça alguns detalhes e números do projeto:
# O terreno tem um total de 69 mil m². A área construída é de 40 mil m², sendo 6 mil m² do prédio administrativo, feito de alvenaria, e 34 mil m² da unidade de produção, que adotou o sistema de pré-moldado. A área industrial foi planejada de forma a permitir um fluxo racional de produção. Ela está subdividida em três grandes núcleos: armazenagem de matérias-primas, produção e armazenagem de produtos acabados.
# O novo espaço conta com 17 mil m² de área de proteção ambiental. Coberto por mata nativa, o trecho integra a mata ciliar que protege o córrego que passa nos fundos do terreno. Lá, já foram avistados animais silvestres, como um pequeno cervo.
# O volume total de concreto empregado na construção foi de 13 mil m³, quantidade suficiente para construir 600 casas de 120 m² cada. Se toda a tubulação usada na obra fosse justaposta, ela se estenderia por cerca de 6 km.
# Com 16 metros de altura, o galpão de armazenamento de matérias-primas é a unidade com maior pé-direito da nova sede. Seu piso foi projetado para suportar até 8 toneladas por metro quadrado. As unidades de produção e de armazenagem têm 11 metros de altura. O piso da área de produção suporta 6 toneladas por metro quadrado, e o da área de estocagem de produto acabado, 4 toneladas por metro quadrado.
# O consumo médio de energia será de 1.200 kWh. Em caso de falta de energia da rede pública ou para uso em horários de pico, a unidade conta com quatro geradores a diesel. Com capacidade de geração de 1.600 kWh, eles são capazes de manter a gráfica em funcionamento ininterruptamente.
# Soluções técnicas e arquitetônicas contribuem para a eficiência energética. As janelas do prédio administrativo têm vidros com películas refletoras de raios ultravioletas (UV). Além de proteger as pessoas da radiação solar, a refração de 80% dos raios garante uma economia de 30% da demanda do sistema de ar-condicionado. A instalação de lanternins (exaustores gravitacionais) no teto da área industrial reforça o sistema de ventilação. Toda a iluminação dos galpões é feita com lâmpadas econômicas. Pelas características arquitetônicas que permitirem lâmpadas focais, na área administrativa foram adotadas lâmpadas de LED.
# A cobertura da unidade industrial conta com telhas termoacústicas, produzidas a partir de um composto de alumínio (85%) e zinco (15%). Parecidas com sanduíches, elas são formadas por duas placas justapostas e intercaladas por uma manta de lã de rocha. Cada uma das peças foi desenhada e produzida em máquinas trazidas para dentro do canteiro de obras.
# Além do fornecimento de água da Sabesp, a unidade dispõe de poço artesiano. Com 350 metros de profundidade, ele é capaz de abastecer a planta com 15 mil litros de água por hora. Sua água é potável. Para armazená-la, há uma caixa d’água com capacidade de 240 mil litros. Outro trunfo de Cajamar é a sua Estação de Tratamento de Efluentes. Todo efluente gerado pela unidade voltará à natureza, via o Ribeirão dos Cristais, livre de impurezas.
# Para a movimentação de carga e descarga, a unidade conta com duas docas rebaixadas e sete docas com plataformas elevatórias.
# Há dois estacionamentos: um no subsolo, com 70 vagas, e outro no térreo, com 30 vagas.
# A nova sede reservou espaço para o museu da Gonçalves, cujo acervo inclui objetos como uma impressora Platina e um cavalete de tipos.
# Outro charme do novo endereço é a verdadeira escultura em pedra-madeira que compõe uma das paredes da entrada social. Fruto de um trabalho artesanal, o frontão foi produzido a partir do encaixe manual de uma a uma das peças de pedra.
# Cerca de 15 empresas atuaram no processo de construção. No pico da obra, havia aproximadamente 200 profissionais trabalhando em diversas frentes (construção civil, hidráulica, elétrica, refrigeração, pré-moldados, cobertura e pisos industriais). Uma curiosidade: cerca de 30 desses profissionais eram 30 haitianos, que fizeram do canteiro de obras da Gonçalves um espaço bilíngue. Tendo o francês como língua materna, poucos dominavam o português.
# A segurança merece ser destacada: em 33 meses de obra, não houve registro de acidentes.